quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Mingas; mutirões; e outras ações: bioconstrução em questão.

Domingo fizemos uma minga, um mutirão para dar um tapa na cozinha permacultural da Comunidade Cultural Quilombaque.. A cozinha foi iniciada há mais de 1 ano atrás pelo projeto Artihorta: Encontros Cheios de Lua pelo grupo Artihorta e a força do VAI. E assim seguimos o processo, o curso do rio, na margem de um rio.  Aqui estamos. O barro vai secando e se firmando.

Essa é a nossa pesquisa. Tipos de solo, matéria adequada, reciclada, transformada em arte, terapia,  meditação. Bora experimentar, construir, compartilhar nossos saberes.


Dessa vez, colocamos uma espécie de gaze nas paredes para segurar o reboco. O material é o saco de batata, laranja, milho verde,  conhecido também como ráfia.



Primeiro demos uma barreada


E rapidin a completamos


Daí fomos experimentar fazer do lado externo...


O fogão ficou aceso o tempo todo, servindo chimarrão e pipocas


Massinha boa hein minha gente.




Sinal de a água esta chegando. Vimos o quanto é fundamental que façamos a captação de água da chuva para não faltar água durante o trabalho.





Depois barro foi dormir em paz...



Outras fotos do processo:
 










E é bem assim. Devagarinho vamos nos encontrando e criando. 

Horta da Conquista - 6 meses de experiência

A Horta da Conquista esta sitiada na EMEF Jd. da Conquista na vila Recanto dos Humildes, Perus. A horta foi iniciada no ano de 2012 através do projeto "Artihorta" do coletivo homônimo Artihorta. De lá pra cá muita coisa rolou. Um espaço público foi ocupado, manifestando ali um elo de religação com a terra, deixando o espaço mais verde em um lugar que quase nada restou de verde devido à ocupação desenfreada da região.

 Durante nossa presença por lá houveram encontros interessantes, como moradores vindos da "roça", do "norte", de "Minas", que de alguma forma estiveram bem ligados à natureza em sua origem. Em alguns a presença da horta provocou uma baita nostalgia, um resgate de saberes, de receitas, de uso das plantas.

No ano de 2013 fizemos um encontro agroecológico na horta por um outro projeto do grupo Artihorta, os "Encontros Cheios de Lua", com apoio do VAI - Valorização de Iniciativas Culturais da Secretaria de Cultura, da mesma forma que no ano de 2012.  Ocorreu um vasto plantio, fizemos um cercado pra horta, pinturas na paredes e a horta permaneceu ali durante todo o ano de 2013 sem nossa presença física, devido aos outros encontros terem acontecido na Comunidade Cultural Quilombaque em Perus.

No ano de 2014, eu Glauco Murta - o plantador - abracei a missão de dar continuidade à horta através do Programa Mais Educação do Governo Federal, onde durante 6 meses estive plantando com as crianças, brincando, aprendendo com minhas dificuldades. Confesso que quase desisti. Não foi fácil essa minha primeira experiência sozinho, sem o grupo Artihorta.

Passado 6 meses o projeto chegou ao seu fim, em plena primavera. Apesar da minha sensação de que eu não estava fazendo algo concreto, a Horta da Conquista está lá, com seus alfaces, agriôes, manjericões. O que ficou nas crianças? Ainda não sei...Darei tempo para as crianças e plantas crescerem.

A horta continua, não sei se com minha presença semanal. Que venham as chuvas, que as plantas cresçam, que a comunidade se apropie!

Aqui fica um breve registro do nosso "último dia de horta":


As guardiãs do alface





O senhor do barro!


Geoterapia


Experiências com a terra


Nossa colheita do dia: alfaces e bananas


"Que as plantas não fiquem sem água, nem a água sem plantas. Que a terra não fique sem ar, nem o ar sem a Terra. Que todas plantas cresçam, se desenvolvam e dêem seus frutos. Que nossa plantação não tenha sido em vão, mas em vãos de terra, em fendas no concreto, em garrafas PET, em nossos corações.  Onde quer que caia a semente, germinarás!"


"Todo fim é um começo..."